Uma criança de 11 anos teve sua vida abreviada ao ser atingida por uma bala perdida durante um tiroteio no bairro São Cristóvão, em Fortaleza. O fato ocorreu na última quinta-feira, 11, um dia antes da comemoração do Dia das Crianças. A informação é do Blog do Fernando Ribeiro.
De acordo com a polícia, os alvos dos criminosos eram um adolescente e um homem, que foram mortos pelos bandidos. Durante o tiroteio, a criança estava próxima ao local e foi atingida. Na mesma semana, mais duas crianças foram atingidas por balas perdidas disparadas por criminosos em meio à incontrolável guerra entre facções.
Violência não tem idade
De janeiro de 2018 até o momento, 10 crianças morreram vítimas de bala perdida. Em 2017 foram 20 crianças mortas, ao todo. Até o mês de maio de 2017, foram sete crianças assassinadas. O total dos cinco primeiros meses de 2018 é 42% menor.
Segundo dados do Fundo das Nações Unidas Para a Infância (Unicef), o Brasil é o quinto país do mundo com piores com taxas elevadas de homicídios entre crianças e adolescentes. Já o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) informa que 30 crianças e adolescentes são mortos todos os dias no país.
Estes números trágicos se confirmam toda a vez que uma criança é vítima de bala perdida no Ceará (e no Brasil inteiro). Em uma entrevista concedida ao Jornal O Povo, em junho deste ano, Caio Anderson Feitosa Carlos, coordenador do Centro de Defesa da Vida Hebert de Souza (CDVHS), explicou que “existe um contexto de vulnerabilidade social e a falta de acesso a políticas públicas de qualidade nas comunidades em que moram as vítimas”. Ou seja, para prevenir que tais crimes ocorram, é necessária uma política de combate ao uso de armas. Isso porque no atual cenário cearense, temos crianças e jovens entrando no mundo das facções, com fácil acesso ao armamento, na mesma proporção de que eles também são as principais vítimas do processo.
Este é apenas mais um exemplo de como a violência desenfreada tem atingido todas as camadas da sociedade, em especial, os mais jovens. Muitos acabam sendo mortos e outros, que sobreviveram, levam para a vida toda traumas insuperáveis. Justamente eles, que são a nossa esperança para um futuro melhor e mais pacífico no Brasil.